“Eu me acho na minha bagunça”, quem já ouviu essa frase, ou já pronunciou? Provavelmente todos nós. Mas o conceito de organização seria mesmo uma questão pessoal? Podemos discutir isso durante horas a fio se estivermos falando do seu quarto, da sua estante ou do seu guarda-roupa, mas quando falamos de ciência, ou seja, uma atividade coletiva, organização não é uma questão pessoal, justamente por ser coletiva. Sempre trabalhamos em conjunto, e isso pode ser com um grupo composto por muitas pessoas que trabalham em um determinado projeto, ou pode ser consigo mesmo, o seu eu do futuro. Desta maneira, é necessário que tudo que foi utilizado para o desenvolvimento do seu projeto científico seja de fácil compreensão para seus colaboradores ou para o seu “eu” do futuro.
Nessa seção irei mostrar uma proposta de esquema geral para organização de diretórios. Essa estrutura é baseada nesta proposta do Gustavo Paterno.
Digo que não é absoluto pois modificações nesse esquema podem ser feita para ajustar ao conjunto de dados de cada pessoa. A Ecologia é um campo muito amplo de pesquisa, e nem todos os dados se ajustarão perfeitamente a esta proposta. O mais importante de tudo é que os dados estejam organizados de uma maneira intuitiva e consistente no diretório, como o na figura seguinte.
Mas, qual a lógica por trás da organização desse diretório? Seguimos a proposta presente na figura seguinte (original pode ser visto aqui).
Nesta proposta os arquivos dentro de um projeto são organizados em 4 pastas que contemplam quase todos os documentos que geramos ou que precisamos quando estamos desenvolvendo um projeto científico.
O README é uma das partes mais importantes do seu diretório, ele é escrito em caixa alta justamente para que a pessoa que esteja acesssando o seu diretório ouça a sua voz gritando Me leia por favor!!.
Neste arquivo de texto você irá encontrar as principais instruções sobre a estrutura do diretório, incluindo os nomes das pessoas que montaram o diretório, além de instruções básicas sobre o que contém em cada pasta. Aqui você pode encontrar um exemplo de README contendo as informações básicas necessárias que ele deve conter e porque. Aqui um template que pode ser adaptado para os seus propósitos. Aqui algumas dicas interessantes em português.
É importante saber que você não irá encontrar a resposta final para o README perfeito. Os detalhes de cada README vão variar dependendo do projeto que está desenvolvendo e a forma como ele deve ser apresentado ao usuário. Por exemplo, se o projeto se trata de um repositório de arquivos e scripts de um manuscrito, e não de um README de um projeto de software, não precisa haver alguns campos de explicação, tais como exemplo de uso ou antigas versões de lançamento. Aqui coloco um checklist adaptado de itens que julgo essenciais para um README informativo. Pense no seu trabalho, adicione ou edite esse checklist de acordo com seus propósitos.
Minha proposta de checklist:
Os metadados consistem em explicações sobre a estrutura de dados. Por exemplo, o significado dos códigos ou abreviações presentes em uma data tabela, do que se trata a informação presente nas linhas e nas colunas, o que uma dada função faz. Reportar precisamente o que cada arquivo contém é de extrema importância para garantir com que outras pessoas, ou mesmo o você do futuro saiba o que foi/está sendo feito no projeto científico.